domingo, 3 de fevereiro de 2008

Craque? Só em marketing.


Em matéria de marketing e auto-promoção David Beckham continua um craque, já no futebol seu desempenho não é mais o mesmo. Numa passagem rápida pelo Brasil na semana passada, David Beckham de cabelos cortados bem curtos, óculos de sol e camiseta branca, parou a Praia de Cabo de São Roque, em Barra de Maxaranguape, a 50 quilômetros de Natal. O jogador inglês fez uma série de exigências dignas de astro pop.
David Beckham pediu para não ser fotografado ao lado de mulheres (exigência dele ou da senhora Beckham?), exigiu que seus tradutores fossem homens (idem), limitou a oito o número de perguntas dos jornalistas e proibiu a sua volta pessoas com camisetas com estampas de marcas de bebidas alcoólicas ou refrigerantes. A camiseta que o próprio Beckham vestia, da grife Marc Jacobs, estampava uma foto da mulher, Victoria Beckham, a Posh Spice das Spice Girls, inteiramente nua (a letra Y, parte do slogan de uma campanha contra o câncer de pele, cobria o necessário).
Contratado no ano passado pelo Los Angeles Galaxy, um time da liga de soccer dos Estados Unidos (como se houvesse futebol lá...), Beckham ganhará US$ 250 milhões em cinco anos de contrato. Por ano, é o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto de Serra Leoa, um paupérrimo país que ele visitou na semana retrasada. Beckham esteve em Freetown, capital de Serra Leoa, no papel de embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
David Beckham jogou uma pelada com refugiados em um campo de terra, no time dos sem-camisa, tatuagens e músculos à mostra, calça e sapatos de grife.Além disso visitou um centro de alimentação para crianças desnutridas. “É uma tragédia, quando as soluções são tão simples”, disse Beckham, nascido em uma família pobre da periferia londrina – o pai instalava cozinhas e a mãe era cabeleireira.
Não foram suas primeiras ações beneficentes. Em 2005, Beckham foi à televisão pedir contribuições para as crianças vítimas do tsunami que matou 200 mil pessoas no Sudeste asiático no fim de 2004. O jogador é porta-voz do Malaria no More, uma organização internacional para a prevenção da doença. No ano passado, David Beckham participou de uma campanha publicitária pelo barateamento dos mosquiteiros vendidos a países pobres. Também gravou uma mensagem para a campanha de busca da menina inglesa Madeleine McCann, que desapareceu misteriosamente em Portugal, em um caso que há um ano chama a atenção da opinião pública.
O marketing de David Beckham anda tão bom que ele virou referência até em depilação. Suas fotos para a linha de roupas íntimas da Emporio Armani detonaram uma nova febre na Inglaterra: a Boyzilian, uma versão masculina da já famosa Brazilian Wax, nome em inglês para a depilação com cera das partes íntimas femininas. Segundo o jornal inglês The Guardian, a procura entre os homens, tanto heterossexuais quanto homossexuais, cresceu consideravelmente depois das fotos de Beckham. Aos 32 anos, ele parece ter deixado o futebol definitivamente em segundo plano. Em sua primeira temporada no Los Angeles Galaxy, disputou apenas oito partidas e marcou um gol.

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